Foram
anos de aprendizado, na universidade e no empório, de meu pai. Aprendi a
advogar e a comerciar. Sendo assim, já poderia trabalhar com meu pai. Por causa
de sua idade, não viajava mais em demasia. Sempre que tinham de ir à África ou à
Espanha, logo me prontificava, eram os locais em que mais queria estar.
Numa
dessas viagens, quando voltei, minha mãe Maria havia exaurido. Já se encontrava
muito doente. Nunca aceitamos a partida de alguém por mais anunciada que seja.
Foram momentos difíceis para nós, os Costas...
Quando
da morte dela, meu pai, juntamente comigo, ficara com a família do irmão dele,
meu saudoso tio Antunes, todavia... por pouco tempo, ele já era pessoa de idade
avançada; aguentou o tanto que pôde o impacto. Meses após, morrera... o ar
português tornara-se úmido demais. O único e maior homem de minha vida... o
homem, que amei e me tornou o que fui, havera morrido. Percebi então o quanto
minha vida sempre foi melancólica e que não era tão fácil para eu poder ser
quem fui. Quando morreu, acabou tudo. Fui embora. Fiquei em Coimbra até só os
meus vinte e seis anos.
Tudo
que era dele, trouxe o que pude. Não tinha mais nada para fazer por lá. Sei que
também pertenço a Portugal, pois mortos meus lá não faltam. Escolhi o Brasil
que era o local ao qual alguns contatos comerciais e religiosos estavam
indo.
Deixei
meu tio responsável pelas quintas, que me pertenciam por herança; não as vendi.
Às vezes, raramente, saia daqui e voltava para visitá-lo e pegar minha parte
nas finanças. Não sei que fim levou, pois morri. Menos o empório, pois não
continuou por lá, o transferi para o centro de Salvador, apesar de morar em
Nazaré.
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